segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Precipício... (parte III)



A imagem que todos tem de meu companheiro é de que ele me ama, que cuida muito bem de mim. E o comentário sempre entre os amigos de futebol dele é que sabem o "fardo" que ele tem que carregar.
Eu nunca quis ser o "fardo" de ninguém e nunca quis atrapalhar ninguém.
Me afastei sim dele, com todos os problemas e mais a carga de magoa do passado me levaram a dar muito mais atenção ao meu filho.
Mas também nunca deixei de cuidar do meu companheiro, apenas estava me sentindo um peso com tudo isso, e cada vez mais minha auto-estima caindo.
Comecei a me sentir cada vez mais infeliz, e cada vez menos vontade de me relacionar, mas sabia que seria uma fase difícil pelos novos problemas de saúde que estava aparecendo, e dessa vez acreditei que meu companheiro estava sendo leal comigo. Eu acordava a noite e chorava de tanta dor, mas não tinha coragem de chamá-lo afinal ele trabalhava e estava cansado, queria poupá-lo de mais essa preocupação.
Mas como nem tudo que reluz é ouro, veio a queda final, recebi uma email com a inscrição dele em vários sites de relacionamento e pornôs, e um deles a apresentação era exatamente essa...

..."Por motivos de doença minha esposa é só uma amiga que eu cuido, preciso de alguém para algo mais..."

E isso é só o começo a coisa não para por ai, quando vi o email "surtei", quando mostrei pra ele, tudo que ouvi em poucas palavras é que era culpa minha. Mas ele não saia com ninguém era só paquera pelo site e jurou em nome do nosso filho, mas ele saia com prostitutas e que era apenas negócios, e me disse isso como um filho conta pra mãe que comeu doce antes do almoço.
O que vou fazer agora... ainda estou digerindo, porque tenho uma prioridade na vida, meu filho....



A Segunda Queda.... (parte II)

Pela segunda vez eu me vejo em um poço, mas dessa vez não vejo nenhuma luz, o que parece é que estão jogando terra em cima de mim. E mais uma vez resolvo mudar de vida e tentar novamente, comprei um apartamento no litoral, e resolvi que seria a hora de eu me mudar com meu filho e meu companheiro, sair da casa dos meus pais. Novamente durante um tempo eu achei que estava tudo bem, mas com a doença vieram as complicações, cirurgias, internações, depressão coisa normal de um parkisoniano, mas eu estava feliz com minha vida pois pela primeira vez eu não estava me matando de trabalhar para esquecer meus problemas de relacionamento e estava vivendo com o meu filho, vendo ele crescer.
Entre um período e outro de lucidez minha neurologista sempre me mandou procurar um psiquiatra pois, os medicamentos na minha idade sempre levam a efeitos colaterais, mas meu companheiro sempre foi contra. Ainda não sei porque, apesar dele afirmar que nós concordamos com isso, eu sempre pedi para fazer tratamento psiquiátrico, sempre soube que alguma coisa não estava bem em mim, minhas alterações de humor, minha depressão sem motivo, ou com bastante motivo guardado e eu apenas tentava esconder.
Eu não queria ser o tipo de mulher que ficava reclamando toda a hora, mas eu sentia e sinto dores terríveis, depressão, desânimo.
Um dia achei que deveria conversar com ele, porque sabia que não estava sendo uma mulher completa pra ele, mas ele me garantiu que não estava a procura de ninguém, que não queria outra mulher, que ele tinha aprendido e que me respeitaria...



Como Uma Pessoa Pode Destruir a Sua Vida... (parte I)


A todos, deixo aqui a parte inicial de minha história.
Aos 18 anos desmanchei um noivado e acabei me envolvendo com um cara 12 anos mais velho e que estava separado segundo ele, mas ainda estava morando na mesma casa que a ex-esposa por não ter mais aonde ficar e que estava apenas esperando ela mandar ele embora de vez (Confuso sei, mas com 18 anos quem para pra pensar muito). O amor é cego, eu mais ainda, enfrentei várias dificuldades até que um dia a ex dele colocou ele para fora de casa e ele veio morar comigo.
Curto período mas nuvens, estava cursando faculdade, com emprego bom e estava morando com a pessoa que eu queria.
De repente, ***Grávida***, pronto inferno na terra, primeiro ele me pediu pra fazer um aborto o qual eu me recusei é claro, depois veio com a história de que o filho não era dele, porque ele não podia ter filhos e por ai vai, as coisas iam mal, pelo menos eu achava, mas depois que meu filho nasceu, (aliás a melhor coisa que me aconteceu e que justificou minha razão aqui) eu entendi a definição de inferno na terra. Ele me deixou com minha mãe, não atendia as minhas ligações, não gostava de sair comigo, fazia sexo comigo como se estivesse pagando uma prostituta, enfim... Até o momento que descobri que ele tinha outra pessoa, ai meu perdi meu chão, minha sanidade, tudo.
Quando tomei a decisão de largar ele, o pai dele faleceu, fiquei sabendo que ele ia ser demitido. Idiota eu, fiquei com dó, olhei pra ele e perguntei qual das outras dele iria apoia-lo naquele momento, ele chorando como uma criança me disse que não tinha visto que estava perdendo tudo.
Voltei atrás e fiquei com ele, mas até ai estava cheia de problemas e com a minha auto estima em baixa e a confiança nem se fala.
Passaram se os anos, apesar de alguns deslizes continuamos junto. Aos 29 anos de idade tive a devastadora notícia de que eu era portadora da Doença de Parkinson de Inicio Precoce, depois de um tempo as dificuldades de falar e andar começaram, eu tinha vergonha de sair, etc. Ele chorou quando soube. Mas como da primeira vez não demorou nada pra ele começar a sair com outra pessoa, e dessa vez levava meu filho como desculpa. E agora..... quando nós achamos que estamos no fim do poço sempre tem como cavar mais e ir mais fundo...